Por: Luiz César Souza
“… Um dia diz uma palavra a outro dia/ e uma noite mostra sabedoria a outra noite…”
Ah, sim! Assim pra se viver num mundo assim
dá pra ser quem quer
não ser Zé da Venda nem Baudelaire
Cuidado, João, preciso é temer o dia
Cuidado, Maria (lá fora é o mundo)
Deslembrava a data que lhe perdia
Tiraria os pecados teus (e toda vida para chorar?)
Fé, oração, pai do céu amém
Gatos não gostam de maçã
e a vida da vida continua
Não há lugar onde o novo deixa o velho para trás
Era novo o que seria velho. Seria, velho?
No ano velho encontrarei alguém
que não se encontra por aí
Não sei se me encontrarei
Feliz de novo, sofrer de novo
Sorrir sem gozo, partir sem medo
Cantar, contar estrelas no escuro
Doar a Deus, dar adeus ao futuro
Amar alguéns no ano novo
Amar também, amar o povo
Rompe a manhã, agora… qual aurora?
Luis César Souza