A proposta desse artigo é ilustrar um pouco como a dinâmica da Astrologia e como pode auxiliar no entendimento dos comportamentos humanos.
Infelizmente devido a pulverização e consequente mistificação do tema, a Astrologia ficou renegada a um grupo de “lunáticos” e pseudo-psicólogos, que por diversas vezes, não compreendendo as raízes da psicologia analítica e psicanálise dela fazem mal uso.
Tradicionalmente, a Astrologia é definida como sendo o estudo das influências dos astros nos assuntos da Terra, em especial os da natureza humana. A partir de Carl Jung (1875-1961), a Astrologia, como instrumento racional, perdeu espaço para uma corrente de estudos que passou a ser conhecida como Astrologia Humanista, em contraposição à Astrologia racional, ou clássica.
Alguns historiadores afirmam que a astrologia surgiu na Suméria, por volta do IV milênio a.C. Por este motivo, durante muitos séculos, na Europa, os astrólogos foram chamados de caldeus. Uma das mais antigas referências foi encontrada em Nínive (Babilônia), na biblioteca de Assurbanipal. No entanto, a observação do céu à procura de presságios pode ser bem anterior, naquela região de clima imprevisível, onde as
cheias dos rios Tigre e Eufrates não obedeciam um ritmo anual como as do Nilo. (ref.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Hist%C3%B3ria_da_astrologia)
Ela teve um importante papel na formação das culturas, e sua influência é encontrada na Astronomia antiga, nos Vedas, na Bíblia, e em várias disciplinas através da história. De fato, até a Era Moderna, Astrologia e astronomia eram indistinguíveis. A Astronomia começou a divergir gradualmente da Astrologia desde o tempo de Ptolemeu, e essa separação culminou no século XVIII com a remoção oficial da Astrologia do meio universitário. Só no século XX é que a Astrologia retomou a algumas universidades após desenvolver-se naquilo que é hoje chamado de Astrologia contemporânea ou humanista. (ref. Wikipedia http://pt.wikipedia.org/wiki/Astrologia). A Universidade de Brasília foi uma delas, através do estudo de Francisco Seabra e Hiroshi Masuda (http://noticias.terra.com.br/brasil/noticias/0,,OI1152316-EI994,00-Astrologia+ganha+carater+cientifico+em+curso+da+UnB.html)
São vários os motivos para a rejeição da Astrologia como instrumento racional. Historicamente, o surgimento do Iluminismo marcou a separação entre a Astronomia e a Astrologia. Por não haver à época uma metodologia científica que comprovasse as influências dos astros sobre a vida, a Astrologia ficou relegada à obscuridade.
O advento dos elementos de psicologia profunda no inicio do século XX, e os conceitos elaborados por Carl G. Jung de incosciente coletivo e arquétipos, propiciaram uma nova abordagem da análise astrológica. Outra teoria que marca o processo de compreensão da Astrologia é a Sincronicidade. Segundo Jung:
A sincronicídade designa o paralelismo de espaço e de significado dos acontecimentos psíquicos e psicofísicos, que nosso conhecimento científico até hoje não foi capaz de reduzir a um princípio comum. O termo em si nada explica; expressa apenas a presença de coincidências significativas, que, em si, são acontecimentos casuais, mas tão improváveis, que temos de admitir que se baseiam em algum princípio ou em alguma propriedade do objeto empírico. Em princípio, é impossível descobrir uma conexão causal recíproca entre os acontecimentos paralelos, e é justamente isto que lhes confere o seu caráter casual. A única ligação reconhecível e demonstrável entre eles é o significado comum (ou uma equivalência) (“Sincronicidade”, Carl G. Jung)
Os eventos sincronicos estão ligados “a priori em 2 fatores: 1) Uma imagem insconsciente alcança a consciência de maneira direta (literalmente) ou indireta (simbolizada ou sugerida) sob a forma de sonho, associação ou premonição. 2) Uma situação objetiva coincide com esse conteúdo.” (Sincronicidade pag24, par 858) e continua as imagens instintivas inconscientes são fruto “dos complexos cuja a base última é o arquétipo, o padrão instintivo”.
Portanto, uma proposta de abordagem da Astrologia, pode consistir em verificar como os eventos sincrônicos e as características arquétipicas, manifestadas individualmente, se fundem na formação da personalidade. Os arquétipos organizam o conteúdo inconsciente e aparatentemente se valem dos eventos de sincronicidade para promover o processo de conscientização dos conteúdos incoscientes. Isso é claro não passa de uma hitpotése a qual deve ser submetida a uma análise mais detalhada.
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