Por Adriano Amaral
Você é brutalmente honesto? me perguntaram outro dia!
Nunca…sou um enganador. Honestamente Santo, Honestamente Diabo…foi isso que se apresentou e mais uma vez, menti!
Minto porque tenho medo da verdade nua e crua
Ela mata o sonho. Por isso tenho medo da verdade. Alias, por essa razão todos temos medo da verdade nua e crua.
Adoro os voos estelares dos sonhos, ou suas profundezas abissais. Existe um conforto no mundo da fantasia. Porque? Porque ele sempre é mais generoso? Tive que aprender, e estou aprendendo, como abdicar dos sonhos.
Criar, descobrir as imperfeições que existem no criar. Começar a criar então, é como uma criança cambaleante, tentando se equilibrar para dar o proximo passo. Engraçado que em momento algum ela racionaliza sobre o próximo passo. Elas olham, observam e sentem. As mais ousadas, se lançam, lançam a cabeça e depois esperam que o corpo acompanhem. Arianos? Talvez…sempre batendo cabeça. Outras, mais comedidas, olham, sentem, ensaiam aquele passinho. Percebendo que pode ser muito, sentam…preguiçosas, observando como resolver essa equação. Olham ao redor, usam os bracinhos. Não de cabeça, mas com os braços estendidos, buscam o próximo apoio, em caso lhes faltar o equilíbrio.
Como aprendemos sobre sonhos apenas observando uma criança tentando andar. Incrível como adultos, sabemos que elas conseguirão. Em breve estarão correndo. Mas sera que a criança percebe que irá conseguir? Que mesmo com os receios e medos, ela ira superá-los e conseguirá correr, até mesmo voar?
Não sabemos que estamos criando, até criar! Incrível esse misterioso processo de abdicar dos sonhos, abdicar das infinitas e fantasiosas possibilidades em prol de uma. Capenga, feia e materializada figura. Façamos de novo então. Façamos sempre…esse vôo de galinha. Capenga, raso, mas seguindo tentando. Quem garante que não era assim com os primeiros pássaros também? O feio e o belo se misturam na eterna criação. Filhos do mesmo pai e da mesma mãe. Esperamos que de tanto cair e levantar, andemos, corramos, voemos…
Um brinde aos vôos de galinha!